Seguindo a vida no
primeiro ano do ginásio ela foi morar na cidade na casa de uma tia, como sempre
gostou de trabalhar passou a fazer varanda de rede para uma vizinha. Acordava
bem cedo estudava e fazia varanda antes do horário de ir para escola. Porém no
segundo ano de estudo teve que voltar para casa, tinha que ajudar na lavoura,
passando assim a caminhar todos os dias da semana mais de 9 km e as vezes a
travessar o rio a nado junto com outra irmã sua para juntas conseguirem chegar
no colégio.
Colação do 2º grau -Arquivo pessoal |
Se
formando em 1981, voltou para sua cidade onde teve uma filha em 1984, aos 27
anos. Com a descoberta da gravidez teve que enfrentar a família e a sociedade por
ser mãe solteira, depois por ter sido deixada pelo namorado. Ela diz: “Mas, não
sabia o que carregava no meu ventre, só sabia que a cada dia amava, e esse
fruto foi a melhor coisa que podia ter me acontecido, apesar de inúmeras
dificuldades que passamos juntas”. Nos anos seguintes alugou uma casa, deu aula
pelo estado e fez especialização em educação, tendo que as vezes levar consigo
a sua filha pequena.
Em busca de melhorias
em dezembro de 1988 ela resolveu juntar suas coisas, pegou a sua filha e decidiu
voltar para Campina Grande ao conseguir financiar uma casa por um programa do
governo; desse modo muitas vezes quando precisava alguma de suas irmãs vinha
lhe ajudar a cuidar da menina. Os anos passaram, ela continuou dando aulas pelo
estado, fez cursos na área de informática, especialização em Tecnologias da
Educação e deu aula em universidades particulares.
Antônia é uma mulher
guerreira, que hoje aos 60 anos é aposentada do estado e diretora do Núcleo de
Ciência e Tecnologia de Campina Grande, cargo escolhido pelo Ministério da
Educação desde 2013. A sua filha criada com muita dificuldade hoje é enfermeira
e professora universitária. Há! E das
lembradas do passado, só lhe restaram o aprendizado de muitas lutas vencidas.
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