Caminhos de uma educação inclusiva na cidade de Boqueirão

Foto detalhe: Mãos de criança com lápis escrevendo no caderno- Foto: Annellyezy
Por: Annellyezy Aparecida

A cidade de Boqueirão está localizada no cariri oriental paraibano, tem 16.888 habitantes e uma área de 371,984 km2 com 146,30 km de distância da capital João Pessoa.
    
Inclusão em escolas públicas
    
 Como funciona:
    
  Segundo o secretario de Educação José Erivaldo da Silva o trabalho inclusivo vem ocorrendo de forma mais intensa desde e ano de 2013 com apoio de uma psicopedagoga e professores especializados para Braile e Libras que auxiliam os professores de ensino regular quando necessário em duas escolas da cidade e em uma escola do distrito do Marinho.
 Inicialmente uma das maiores dificuldades foi o trabalho de buscativa para trazer os alunos deficientes para escola. Como também o trabalho para encontrar professores especializados; tendo assim que contratar um professor para auxiliar os deficientes visuais vindo da cidade Campina Grande. No entanto no ano de  2015, uma professora da cidade se despois a trabalhar com os mesmos. Outro obstáculo é que o trabalho psicopedagógico ainda não atende de forma regular todos os alunos deficientes.

  Aprendido a lida com as dificuldades

A professora auxiliar Ediana Matias conta que o primeiro impacto que teve com alunos deficientes foi com um aluno surdo e pensou “Ai meu Deus como vou ensinar essa criança surda dentro da minha sala” e durante o ano esse garoto foi lhe dando pistas de como devia trabalhar. Então Diana foi percebendo que ele estava pré-alfabetizado. Dessa forma ela passou a trabalhar com conteúdos visuais, e o ensinou a escrever.
Após cinco anos lhe apareceu a oportunidade de uma formação de AEE (Atendimento Educacional Especializado). E desde o ano de 2015 ela vem trabalhando na Escola Municipal Padre Inácio como professora de apoio, principalmente na área de deficiente visuais com a tradução de braile e apoio psicopedagógico.

Foto detalhe de mãos de aluno cego utilizando calculadora Soroban (calculadora para cegos) e folhas texto em braile. -Foto: Annellyezy

   
Personagens da inclusão
  
Eles estudavam e moravam no instituto dos cegos em campina grande quando eram mais jovens. Contudo a escola deixou de funcionar em tempo integral, e eles ficaram muitos anos sem estudar. Em 2015 voltaram os estudos. A moça gosta de cozinhar e cantar. Já o rapaz gosta de tocar violão e diz: “se Deus quiser eu termino os estudados para poder ser um professor” – Os irmãos Maria de Lourdes (46 anos) e Reginaldo Rosa (41 anos); estudantes do 5ª ano da escola Padre Inácio.
 
        Se identificando com o trabalho
  
A professora Maricelia Do Carmo Roberto diz que resolveu trabalhar com deficientes por ser uma área parcialmente nova que vem se destacando nas escolas. Dessa forma ela vem se identificando cada vez com o trabalho de professora auxiliar de alunos especiais na escola Municipal João Agripino, em qual atua desde 2012 atendendo alunos surdos, autistas, entre outros deficientes que estudam no ensino regular. Mas que duas vezes por semana são atendidos individualmente ou dupla para a realização de atividades que possibilite o aluno a melhorar nos aspectos em têm mais dificuldades.

  A inclusão em escolas particulares

A diretora da escola Edilene Rodrigues, Hosana Leli Cavalcante conta que a escola recebe atualmente uma aluna com síndrome de down na educação infantil, e três alunos diagnosticados com déficit de atenção em outras turmas. Sendo assim uma psicopedagoga ajuda na confecção de matérias e atividades que facilite o aprendizado dos mesmos.
Anteriormente nos anos de 2012 e 2013 a escola recebeu dois alunos com baixa visão, e os professores utilizam letras de formas maiores no quadro e apostilas especiais com o mesmo sistema. A diretora ressaltou ainda que a escola contém rampas e portas maiores, para facilitar a passagem de deficientes físicos que utilizem cadeiras rodas.

  
     Apae: ajudando excepcionais

  Como funciona:               
 APAE a associação foi fundada em 10 de julho de 2000 (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) atende e atualmente 105 pessoas das cidades de Boqueirão Caturité, Cabaceiras e Barra de São Miguel através serviços de fisioterapia, serviço social, psicologia, fonoaudiologia, psicopedagogia. Também se é oferecido o ensino escolar fundamental I dividindo-se em turmas de educação infantil, jovens e adultos e deficientes auditivos com professores especializados na área. 
Professora sentada no birô e alguns alunos em volta cm cardemos em mãos; outros alunos sentados em cadeiras escolares. -Foto: Annellyezy
Alunos da APAE Assistindo aula
      De acordo com a diretora da instituição Josefa Neuza Juvenal apesar da força de vontade dos alunos; ainda existe o frequente problema da falta de interesse de muitos familiares. Que por sua vez não os prestam assistência, deixando até mesmo de leva-los ao médico para fazer exames rotineiros e anuais. Já em relação ao estudo ela diz que quando o aluno termina o fundamental I, e os profissionais da escola percebem que os mesmos estão aptos a irem para a escola regular elas conversam com os pais que nem sempre chegam a aceitar a ideia. Sendo assim apenas cerca de cinco alunos que estudaram na instituição chegaram a terminar o ensino médio.

  O que diz a legislação sobre a educação inclusiva?

A lei Brasileira de inclusão da pessoa com deficiência (Lei n.º 13.146/2015) diz que constitui crime punível com reclusão de 2 a 5 anos e multa recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de sua deficiência.
Dessa maneira as escolas da cidade tentam atender as necessidades de alunos especiais; no entanto necessita-se de um ampliamento desse trabalho através da contratação de novos professores especializados para que mais alunos possam ser beneficiados. Como também seria por vez importante a implantação de salas especializadas a realização um atendimento de apoio pedagógico com esses alunos.

* Produzido inicialmente para a revista Contramão, feita pelos alunos do 3º periodo da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba) - Link da revista: https://issuu.com/revistacontramao