Por: Annellyezy
Inicialmente é
necessário entender a relação da Comunicação Comunitária com a educação e como
isto pode ajudar a melhorar a sociedade incentivando a mesma a trabalhar em
coletividade ao mesmo tempo em que estão aprendendo através de trabalhos
sociais e comunicativos. Dessa forma a cidadania varia de acordo com o tempo e
o espaço, sendo cada sociedade distinta causando assim variação na forma de
atuação cidadã na política. Os cidadãos têm direitos e deveres que não são
apenas individuais, mas também construídos em sociedade. E educação neste
contexto significa educar para sociedade, sendo essencial uma prática social
presente em diferentes espaços e momentos da produção da vida social.
Considerando também
os Movimentos populares a autora define como sendo uma ação coletiva de um
grupo organizado que tem como objetivo alcançar mudanças sociais por meio do
embate político, dentro de uma determinada sociedade e de um contexto
específico. Já as ONGs segundo são organizações não governamentais sem fins
lucrativos que prestam serviços sociais ou materiais, sendo elas destinadas a
grupos específicos (idosos, animais, deficientes, meio ambiente, entre outros).
Porém estes vêm se transformando ao longo do tempo, mas sempre contando com a
luta cidadã com reivindicação em pró da melhoria de determinados grupos da
sociedade.
E é dentro desse
contexto que a pesquisadora Cecilia M. Krohling Peruzzo afirmar os movimentos
sociais é fazer-se cidadão como forma de expressão comunicativa dentro da sociedade,
assim:
Educar-se
é envolver-se em um processo de múltiplos fluxos comunicativos. O sistema será
tanto mais educativa quanto mais rica for à trama de interações comunicacionais
que saiba abrir e pôr à disposição dos educandos. Uma Comunicação Educativa
concebida a partir dessa matriz pedagógica teria como uma de suas funções
capitais a provisão de estratégias, meios e métodos destinados a promover o
desenvolvimento da competência comunicativa dos sujeitos educandos. Esse
desenvolvimento supõe a geração de vias horizontais de interlocução” (KAPLÚN
apud PERRUZO 1999, p.216).
Nesta caminhada as diversas mudanças políticas
vêm despertando novas formas de pensar o jornalismo colaborativo no Brasil.
Diversas instituições de base sociais vêm afetando as estruturações
governamentais, procurando seus direitos e de forma democrática se apropriam de
meios comunicacionais públicos para reivindicar melhorias para determinados
grupos sociais. Elizabeth Pazito Brandão define este tipo de comunicação como
sendo Civil organizada: “São práticas e formas de comunicação desenvolvidas
pelas comunidades e pelos membros do Terceiro Setor e de movimentos populares e
que também são denominadas por Comunicação Comunitária ou Alternativa. Nesta
acepção, entende-se a prática da comunicação a partir da consciência de que as
responsabilidades públicas não são exclusivas dos governos, mas de toda a
sociedade.
Entende-se assim que
para haver a comunicação pública cidadã, de forma eficaz, é necessária que aja um
engajamento entre Estado e sociedade, uma inclusão do cidadão na área política
e que esta área esteja aberta a uma vasta participação e debate. E no Brasil
segundo Brando esta comunicação se revela devido à necessidade de aprovação de
um processo comunicativo posto ao modelo opressor praticado na ditadura como
forma de construção dos espaços públicos. Eclodindo a partir da década 1970
quando a população passou a revidar maior participação. Porém precisa-se
abranger também as diferenças básicas entre a Mídia local e Mídia Comunitária,
pois as pessoas relacionam o contexto local, a algo distante tanto
geograficamente quanto tecnologicamente. Contudo esta já não é mais uma
realidade periódica, pois tecnologias como a internet vem cada vez mais
tornando acessível às mídias locais e através de sites ou blogs se possível ler
um jornal comunitário de uma pequena cidade, diretamente de uma grande
metrópole por exemplo. E é acrescentado também que autora Cecilia M. Krohling
Peruzzo ressalta a valorização local na sociedade contemporânea é processada
pelo conjunto da sociedade e surge no auge do processo da globalização o. Aqui
explica-se que até a mídia global vem investido em assuntos locais em vista de
que o cidadão também se interessa por questões que lhe rodeiam; assim um
problema de calçamento em seu bairro passa a ser mais importante do quer queda da
bolsa de valores por exemplo.
Sendo as
Características da Mídia Comunitária a divulgação de assuntos específicos das
comunidades; participação das pessoas no processo de programação e gestão dos
conteúdos comunicativos; a produção de conteúdos nem sempre é feita por
profissionais; o objetivo de desenvolver a comunidade e a cidadania em
conjunto; finalidades não lucrativas; conteúdos produzidos de acordo com as
necessidades, problemáticas, artes, cultura e outros temas de interesse local;
alcance limitado em termos de cobertura e audiência e outros. Já na mídia
local tem foco nos assuntos locais e regionais; os interesses mercadológicos; a
exploração do local como nicho de mercado; o desenvolvimento da cidadania desde
que haja a consecução de interesses empresariais; a participação dos cidadãos
sujeita ao controle dos dirigentes; a produção de conteúdos feita apenas por
especialistas; os conteúdos. Dentro das leis sobre comunicação
comunitária no Brasil, Lei nº 9.612 de fevereiro de 1998, que institui o
serviço de radiodifusão comunitária e dá outras providências. Pode saber dentro
do inciso um e dois que este tipo de comunicação:
§
1º Entende-se por baixa potência o serviço de radiodifusão prestado a
comunidade, com potência limitada a um máximo de 25 watts ERP e altura do
sistema irradiante não superior a trinta metros. § 2º Entende-se por cobertura
restrita aquela destinada ao atendimento de determinada comunidade de um bairro
e/ou vila (Brasil, 1998).
Referencias:
BRASIL, Lei nº 9.619 de fereiro 1998. Disponível em <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/L9612.htm>. Acesso em 12 de abril de 2016
BRASIL, Lei nº 9.619 de fereiro 1998. Disponível em <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/L9612.htm>. Acesso em 12 de abril de 2016
BRANDÃO, Elizabeth Pazito. Conceito de
comunicação pública. Editora Atlas, 2ª impressão – São Paulo -SP, 2009.
Disponível em: http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs /38942022
201012711408495905478367291786.pdf. Acesso em 20 de abril de 2016
BRANDÃO, Elizabeth Pazito. Comunicação
Pública. Paper preparado para XXI Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação - Recife, setembro de 1998 BRASIL. Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro
de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9612.htm
Acesso em 18 de abril 2018.
PERUZZO, Cecilia M. Krohling.
Comunicação Comunitária e Educação para Cidadania. Disponìvel em: <
http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/48.pdf>. Acesso 12 abril de 2016
PERUZZO, Cecilia M. Krohling. Mídia
Local E Suas Interfaces com a Mídia Comunitária no Brasil. Anuário
Internacional de Comunicação Lusófona. São Paulo: LUSOCOM, 2006. n.4,
p.141-162.
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